Acho que vale à pena falar um pouco destes meus primeiros contatos com o ALCESTE.
Ele é um software de análise estatística textual, que é uma primeira etapa da análise de conteúdo.
Então, você insere seus dados textuais, que podem ser as entrevistas, narrativas orais ou escritas, documentos, transcrições (como as minhas dos encontros do grupo) e ele, através da freqüência das palavras e do modo como elas se aglomeram no texto, oferece uma classificação a partir do vocabulário.
Então ele diz que determinado conjunto do texto pertence a uma determinada classe, pois tem um vocabulário que é específico e que difere do vocabulário do conjunto textual da outra classe.
Depois, vem o trabalho do pesquisador em ler os resultados e compreender o conteúdo temático daquilo que está sendo apresentado em cada classe. Ele também apresenta quais sujeitos mais contribuíram para cada classe.
Fui clara?
Com o resultado em mãos, você também pode fazer análises cruzadas para investigar melhor outras possibilidades dos seus dados.
Pra se ter uma idéia, com os dados das transcrições dos 18 grupos, o alceste encontrou três classes nas quais, numa batida de olho rápida, pude identificar três problemáticas: as dificuldades vivenciadas na prática (dilemas no atendimento dos pacientes; fatores que influenciaram a prática, como o tempo, questões institucionais); o processo de constituição da pesquisa-intervenção (diários, grupo, pesquisa: o que é, como faz, como vamos nos organizar, como nos organizamos); e as discussões sobre a prática em terapia ocupacional (procedimentos, questões teórico-práticas, relação triádica, ações do terapeuta).
Pra mim, fez sentido, pelo menos inicialmente.
E tudo isso em 30 minutos! E isso porque o computador estava com pouca memória de trabalho.
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