quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A experiência é maior que a narrativa

"A experiência é maior que a narrativa."
Michael White

Foi assim que uma das colaboradoras da pesquisa ajudou na finalização do último grupo, que aconteceu ontem, e também deu o mote para a escrita da tese: como abarcar toda esta rica experiência em uma narrativa de formato acadêmico?

Fico pensando no desafio... mas também, ontem no grupo, falamos muito do cuidado de todas as participantes, sustentado pelo meu cuidado de pesquisadora, na produção desta experiência. Cuidado que vai me acompanhar nesta nova etapa, não só pelas questões de validade e credibilidade da pesquisa, mas principalmente porque foi uma vivência ímpar e privilegiada, e merece o maior o respeito.


Outra participante da pesquisa fez uma comparação bela e criativa dos ganhos que esta experiência trouxe: a casinha do Snoopy, pequenina e singela por fora, mas complexa e surpreendente por dentro!
Achei que isso devia ser compartilhado no blog, é belo e pode instigar as pessoas que passarem por aqui a ficarem com água na boca pra saber que caminhos percorremos...


Por fim, preciso dizer que senti muita felicidade ontem, não porque a 'coleta de dados' acabou, mas porque foi possível ver a construção de algo muito especial, que passou pela produção de conhecimentos, mas que foi transpassado por afetos e confianças.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

conselhos...

Depois de ler o Contardo Calligaris (Narciso no país das maravilhas, Folha de SPaulo, 22/11/2007) de hoje, decidi deixar à vista, para a vida:
1) dispensar cobertores e chupetas,
2) lidar com a precariedade da presença e do amor dos outros.

sobre transcrições e sentimentos

Uma semana de blog!

Durante este ano acompanhei um grupo de terapeutas ocupacionais para investigar o desenvolvimento do raciocínio clínico, em formato de pesquisa-intervenção.
O grupo acontecia a cada quinze dias e depois de cada encontro, que eram gravados, eu transcrevia a gravação.
Transcrever (ou psicografar segundo o Leo) é um processo cansativo sim, mas como se tratava de um grupo e não tinha vídeo, só áudio, este trabalho tinha que ser feito por mim mesma, para reconhecer as vozes das pessoas.
Acontece que este trabalho, ao longo da pesquisa, foi se tornando super envolvente, pois durante a transcrição eu revivia o grupo e ficava mais dentro, mais por dentro, e muitas reflexões aconteciam neste processo, tanto sobre o que o grupo estava produzindo, como sobre a minha participação.

Hoje foi a minha penúltima transcrição e vivi um misto de alegria (só falta mais uma!) e de nostalgia.
Acho que é porque eu nunca tinha vivido assim me dedicando só a uma atividade profissional (mesmo ela sendo do tamanho que é!).
Na minha vida antiga, com todos os meus inúmeros trabalhos, não dava pra perceber direito a coisa que começa e a que termina, era tudo rápido demais, não dava nem tempo de sentir nostalgia - e às vezes nem de sentir alegria.

A Rosibeth, da PUCCamp, me ajudou muito nessa história de sentir a alegria pelos trabalhos! Um brinde a você!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

vamos começar...

Ok, termino a coleta de dados daqui há duas semanas e depois começo a escrever!
Estou muito curiosa, um pouco ansiosa, e tem um quê de criação no ar.
É bom!

Falar em coleta de dados parece bem impessoal... Esta foi uma das experiências mais pessoais da minha vida! Para as maravilhosas mulheres que me acompanharam neste ano, um imenso agradecimento! Vocês são demais!

Bom, né?

Então é isso, como já disse no 'perfil' aí do lado, sei que escrever uma tese é uma tarefa solitária, e como eu não desejo que essa solidão tome conta de tudo, que ela venha na medida do necessário e do suficiente, não mais que isso. Que este blog me ajude!

Fica então o convite para os amigos, colegas, companheiros e, claro, desconhecidos (!?!), que queiram me acompanhar de hoje até abril de 2009, neste caminho de dores e delícias!