Gostei muito da iniciativa do meu amigo José Otávio na criação do blog do terapeuta ocupacional.
Lá, ele postou um vídeo e discute a aprendizagem do raciocínio clínico.
Como já disse em uma postagem anterior (27 de agosto) o raciocínio clínico em terapia ocupacional, discutido por Cheryl Mattingly em seu artigo "O que é raciocínio clínico?" publicado no The American Journal of Occupational Therapy, em 1991, não é simplesmente a habilidade de dar razão a uma decisão clínica ou de oferecer razões explícitas para a ação, e também não é a simples aplicação da teoria na prática. O raciocínio clínico está diretamente relacionado à ação e a uma noção antiga de raciocínio prático no senso aristotélico: saber como agir é mais que uma habilidade instrumental, pois envolve a deliberação sobre o que é apropriado para um caso específico, com um paciente específico, em um contexto específico. Enquanto a teoria leva para uma verdade generalizada, a ação sempre acontece num contexto singular e, dada a complexidade e as idiossincrasias do caso particular, o conhecimento teórico tende a se apresentar grosseiro e aproximado, podendo se oferecer como ponto de partida, mas não como uma regra para a ação.
A experiência do Zé com suas alunas, também me fez lembrar do programa de preceptoria online, desenvolvido pela University of Western Ontario, no Canadá, aquela que eu visitei! é um programa auto-dirigido e pode ser feito por qualquer pessoa, alunos de graduação, profissionais iniciantes ou experientes e preceptores/supervisores, é só se cadastrar. Especificamente no módulo sobre 'prática reflexiva' há várias estratégias utilizando cenas em vídeo para disparar a reflexão sobre a ação.
E para quem tem saudades da Lilian Magalhães (PUCCamp), ela aparece em alguns deles.
Para maiores informações sobre raciocínio clínico em terapia ocupacional (material em português), dá para fazer o download da minha dissertação de mestrado na minha homepage.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
resultados preliminares(1): características relevantes do programa de mentoria
Decidi começar a postar alguns resultados preliminares do doutorado. Pelo menos, os resultados dos trabalhos que tenho submetido a congressos, eventos e artigos.
Ontem, terminei o texto completo do trabalho "Programa de Mentoria para o Desenvolvimento Profissional em Terapia Ocupacional: a Aprendizagem Colaborativa como Método de Ensino-Aprendizagem" para o IX Encontro Nacional de Docentes de Terapia Ocupacional.
Neste trabalho, discuto o conceito de prática profissional como aquela que acontece em situações de singularidade, incertezas e conflitos de valores, e que através dos processos de reflexão na e sobre a ação, o profissional pode tornar explícito seus motivos e crenças, julgá-los de acordo com sua satisfação profissional e até construir novos conhecimentos sobre a prática.
Também falo do raciocínio clínico em Terapia Ocupacional como um processo de raciocínio voltado para o saber como fazer em um contexto específico, com um paciente específico.
Discuto a relação entre processos de reflexão, narrativas e construção colaborativa de sentidos.
Apresento o Programa de Mentoria que foi a base da pesquisa-ação e alguns resultados relativos a avaliação das características mais relevantes para o desenvolvimento profissional, apresentadas pelas participantes da pesquisa.
Como resultados encontrei as seguintes características:
1. Uma certa suspensão das demandas da prática, no sentido de não ter que pensar em ações profissionais urgentes para resolver estas demandas, e assim se aprofundar na investigação da prática e do raciocínio clínico, demarcando uma diferença entre a supervisão clássica e a proposta do programa de mentoria;
2. A importância das ações da mentora ao favorecer a negociação de sentidos e o alinhamento das participantes à proposta;
3. As trocas entre as profissionais mais experientes e as iniciantes, marcadas pelo narrar e compartilhar experiências;
4. O engajamento no processo de reflexão, de investigação da própria prática como eixo do desenvolvimento profissional.
Ontem, terminei o texto completo do trabalho "Programa de Mentoria para o Desenvolvimento Profissional em Terapia Ocupacional: a Aprendizagem Colaborativa como Método de Ensino-Aprendizagem" para o IX Encontro Nacional de Docentes de Terapia Ocupacional.
Neste trabalho, discuto o conceito de prática profissional como aquela que acontece em situações de singularidade, incertezas e conflitos de valores, e que através dos processos de reflexão na e sobre a ação, o profissional pode tornar explícito seus motivos e crenças, julgá-los de acordo com sua satisfação profissional e até construir novos conhecimentos sobre a prática.
Também falo do raciocínio clínico em Terapia Ocupacional como um processo de raciocínio voltado para o saber como fazer em um contexto específico, com um paciente específico.
Discuto a relação entre processos de reflexão, narrativas e construção colaborativa de sentidos.
Apresento o Programa de Mentoria que foi a base da pesquisa-ação e alguns resultados relativos a avaliação das características mais relevantes para o desenvolvimento profissional, apresentadas pelas participantes da pesquisa.
Como resultados encontrei as seguintes características:
1. Uma certa suspensão das demandas da prática, no sentido de não ter que pensar em ações profissionais urgentes para resolver estas demandas, e assim se aprofundar na investigação da prática e do raciocínio clínico, demarcando uma diferença entre a supervisão clássica e a proposta do programa de mentoria;
2. A importância das ações da mentora ao favorecer a negociação de sentidos e o alinhamento das participantes à proposta;
3. As trocas entre as profissionais mais experientes e as iniciantes, marcadas pelo narrar e compartilhar experiências;
4. O engajamento no processo de reflexão, de investigação da própria prática como eixo do desenvolvimento profissional.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
energias se recuperando
Retorno ao trabalho.
A vida ainda está um pouco bagunçada, são poucas coisas, mas o fato delas ainda não terem lugar influencia a minha organização interna.
Mas se eu for esperar tudo ter o seu lugar... a vida passa.
Antes de retomar a finalização do trabalho do doutorado, ainda tem algumas pendências: escrever um texto completo para um congresso, finalizar dois artigos e escrever um parecer.
Estou sentindo um desejo muito intenso de estudar, de aproveitar estes seis meses finais...
A vida ainda está um pouco bagunçada, são poucas coisas, mas o fato delas ainda não terem lugar influencia a minha organização interna.
Mas se eu for esperar tudo ter o seu lugar... a vida passa.
Antes de retomar a finalização do trabalho do doutorado, ainda tem algumas pendências: escrever um texto completo para um congresso, finalizar dois artigos e escrever um parecer.
Estou sentindo um desejo muito intenso de estudar, de aproveitar estes seis meses finais...
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